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REFERÊNCIAS BÁSICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE RIO DE CONTAS

(Fonte Arquivo Público Municipal de Rio de Contas)

O núcleo populacional de Rio de Contas teve sua origem nos fins do século XVII, quando viajantes de Goiás e do Norte de Minas, em demanda da cidade do Salvador, capital da Província da Bahia, fundaram um pequeno povoado, que tomou o nome de Crioulos – ponto de pouso na exaustiva caminhada.

Esse povoado situava-se no Planalto da Serra das Almas, à margem do Rio das Contas Pequeno, atual Rio Brumado.

Foi então edificada uma pequena capela, em forma octogonal, sob invocação de Senhora Santana.

Logo após, foram descobertos veiões e cascalhos auríferos no leito do Rio das Contas Pequeno, atual Rio Brumado, nos seus afluentes e serras circunvizinhas.

Este fato atraiu grande número de garimpeiros, predominando bandeirantes paulistas e mineiros, que subiram o Rio Brumado e, explorando as serranias próximas, fundaram, a três léguas acima, numa altitude de 1.450m, outra povoação –“ Mato Grosso”. Aí os Jesuítas que acompanhavam os bandeirantes, ergueram uma Igreja sob a invocação de Santo Antônio.

Com o desenvolvimento da mineração e o aumento da população, o arraial de Mato Grosso prosperou bastante e, assim, em 1718, foi criada a primeira Freguesia do Alto Sertão Baiano – ou Sertão de Cima – com a denominação de Freguesia de Santo Antônio de Mato Grosso.

No começo do século XVIII, os Jesuítas construíram outra Igreja a 12 km abaixo do povoado de Crioulos, sob a invocação de Nossa Senhora do Livramento.

Anos mais tarde, em 20 de outubro de 1722, após terem sido fundados vários povoados pelo interior da Bahia, o Vice-Rei D. Vasco Fernandes Cezar de Menezes, Conde de Sabugosa, fez ver ao Rei D. João V de Portugal a necessidade de serem criadas duas vilas no interior da Bahia. O Conselho Ultramarino resolveu criar as Vilas de Santo Antônio de Jacobina e Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio das Contas, situada na atual cidade de Livramento.

Autorizado pela Carta Régia de 27 de novembro de 1723, D. Vasco Fernandes Cezar de Menezes encarregou o Coronel Pedro Barbosa Leal de erigir a Vila, o que se deu em 1724. Sua criação, foi aprovada pela Provisão Real datada de 09 de fevereiro de 1725.

A escolha do local não foi a mais acertada; na região, durante as enchentes, grassavam febres de mau caráter, tanto assim que, em 20 de fevereiro de 1744, o Ouvidor – Geral da parte Sul da Comarca da Bahia solicitou ao Rei D. João V a transferência da Vila para local mais propício.

Pela provisão Régia de 2 de outubro de 1745 foi autorizada a mudança da Vila para o Povoado de Crioulos no Planalto onde hoje se encontra a cidade de Rio de Contas.

A fundação da Nova Vila se deu em 28 de julho de 1746, por ordem do então Vice-Rei D. André de Melo Castro – Conde de Galvêas.

Elevado a vila, o povoado de Crioulos foi denominado Vila Nova de Nossa Senhora do Livramento e Minas do Rio das Contas.

Transferida a sede da Vila, o Governo da Metrópole determinou a construção dos edifícios da Cadeia Pública e Câmara Municipal, Casa de Fundição, e a instalação do Pelourinho que foi erigido na principal praça da vila e do qual restam a base e o capitel.

A Casa de Fundição funcionou, não se sabendo onde e nem quando. A Cadeia Pública e Câmara Municipal foi construída no século XVIII, importante edifício localizado na Praça da Matriz.

Em 1840, o Município teve seu nome simplificado para Minas do Rio das Contas, e mais tarde, em 8 de julho de 1931 passou a chamar-se simplesmente Rio de Contas.

Originariamente, o território do Município abrangia uma vasta extensão territorial, extremando com Jacobina e o Rio São Francisco; com a criação de novos municípios foi perdendo algumas áreas.

 

Os primeiros municípios desmembrados foram: Barra do Rio de Contas (Itacaré) e Vila Nova do Príncipe (Caetité). Em seguida vieram Mucugê, Água Quente (Érico Cardoso) e Bom Jesus do Rio de Contas (Piatã). Por último, em 1921, desmembrou-se Vila Velha, hoje Livramento do Brumado.

O Município era constituído, primitivamente, pelo Distrito Sede. Atualmente, compõem-se de Rio de Contas ( Sede),Arapiranga e Marcolino Moura.

Como é típico dos centros de mineração, o processo sócio-econômico-cultural de Rio de Contas sofreu os embates da instabilidade própria desse gênero de atividade. Entretanto o município continuou a evoluir através de outras atividades subsidiárias.  Assim, ali se desenvolveram uma técnica de ourivesaria, uma metalurgia artesanal, um artesanato baseado em couro e outras matérias primas, e uma agricultura importante.

Em 1958, algumas casas da cidade,assim como a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e a Igreja de Sant’Ana foram tombadas isoladamente, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em 1959, o antigo Paço Municipal, atual fórum, foi também, incluído no Livro do Tombo. Somente em 1980 – dado o seu excepcional valor arqueológico, etnográfico e paisagístico – o conjunto arquitetônico da cidade foi considerado Patrimônio Nacional.

Importante também é lembrar o interesse dos povoados que se situam nos arredores de Rio de Contas: Mato Grosso, Barra, Bananal, Jiló, Brumadinho, Casa de Telhas. Os mais antigos desses arraiais são originários de acampamentos de garimpo. A população de Barra e Bananal é quase exclusivamente negra; sua história, seu patrimônio e modos de vida estão para ser devidamente conhecidos.

Sobre a aventurosa história da região e da cidade de Rio de Contas, o estudo mais acessível é o volume IV do Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia – monumentos e Sítios da Serra Geral e Diamantina, elaborado sob a coordenação do Dr. Paulo Ormindo D. de Azevedo, cuja leitura recomendamos. “Rio de Contas apresenta praças e ruas amplas, igrejas barrocas e edifícios civis sem paralelo em todo Sertão Baiano. Este acervo é constituído basicamente de edifícios da segunda metade do século XVIII e início do século XIX. O padrão das construções é o mesmo do litoral baiano. Os monumentos religiosos e públicos são em pedra, enquanto a arquitetura civil é de adobe. Estas casas apresentam cunhais e frisos em baixo relevo que lembram a decoração surgida mais tarde, em Parati”.

Apresenta as maiores altitudes do Estado e está situada a 1.050m do nível do mar.

Na montanha “as cristas assumem dimensões gigantescas, dando origem a serras elevadas, destacando-se a Serra das Almas com um dos  pontos mais elevados, o Pico das Almas com 1.958m de altitude. Nelas tem origem os principais cursos d’agua, tributáveis do Rio de Contas, como: Brumado, das Furnas, Água Suja e Taquari”.

Esses rios “dão origem a inúmeras quedas d’aguas...”, destacando-se as Cachoeiras do Fraga, do Rio Brumado, Bolsão no Rio Taquari e Boa Sentença.

“No município, predomina o clima seco, mesotérmico, pela classificação de Thornthwaite. Os maiores índices pluviométricos ocorrem nos meses de novembro e dezembro (primavera/verão). Por outro lado o trimestre mais seco corresponde aos meses de junho, julho e agosto, quando a temperatura pode atingir índices inferiores a 16°C”.